Monday, November 12, 2007

Visita a 6ª BIENAL DO MERCOSUL

Neste Sábado, 10 de novembro, os alunos e alunas do PEAD, acompanhados pelas tutoras Rosaura, Vanessa e Adriana e pelo professor Bento da disciplina de Artes Visuais, visitaram a 6ª BIENAL DO MERCOSUL. O primeiro Roteiro foi no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul) onde conhecemos a Mostra Monográfica de Francisco Matto (Montevidéu - Uruguai, 1911 - 1995). Produzidas entre 1939 e 1995, as 94 pinturas sobre tela e madeira e esculturas em madeira são marcadas pelo interesse nas culturas pré-colombianas. Unindo arte antiga e as linguagens contemporâneas, o artista traça um caminho original a partir dos ensinamentos do Universalismo Construtivo, desenvolvidos pelo também uruguaio Joaquin Torres-García.
Öyvind Fahlström (1928 – 1976): A exposição Mapas vai trazer 19 gravuras do artista plástico, poeta, jornalista, dramaturgo, crítico, cineasta e ativista que foi referencial no cenário artístico mundial dos anos 60. A participação na Bienal será a primeira apresentação no Brasil do trabalho deste que foi o único brasileiro homenageado com exposições monográficas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), no Centre Georges Pompidou, Paris, e na Moderna Museet de Estocolmo. Fahlström nasceu em São Paulo, Brasil, em 28 de dezembro de 1928. Passou sua infância em São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro e foi educado em português e inglês na Escola Britânica de São Paulo. Aos dez anos de idade foi passar o verão na Suécia, mas, um mês após sua chegada em Estocolmo, a Alemanha invadiu a Polônia. Impedido de viajar devido à eclosão da 2ª Guerra Mundial permaneceu na cidade, tendo cursado história da arte na Universidade de Estocolmo. Mesmo tendo nascido em nosso país preferiu viver fora para que um número cada vez maior de pessoas conhecesse sua obra. Preocupado com as questões políticas preferiu defender suas idéias através da reprodução de suas obras. Para aproximar as pessoas e divulgar seus trabalhos fez montagens com quebra-cabeça e peças de lego. Assim o público poderia interagir com sua obra. Atualmente suas obras não podem ser fotografadas e reproduzidas, sendo esta uma exigência de sua viúva.
No Roteiro 1, visitamos a Mostra Monográfica de Jorge Macchi, no Santander Cultural. Nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1963, sua obra nos apresenta inúmeros questionamentos sobre a finitude do ser e as possibilidades do efêmero. A cidade, o cotidiano, a violência e o destino são temas das criações do artista que trabalha em diversas mídias, incluindo instalações, pinturas, vídeos e fotografias. É uma obra simples que apresenta imagens e sons, que representam nossas angústias e preocupações cotidianas. A impressão que ficou de sua obra é de uma intensa energia – ao contrário das palavras que são evidenciadas em algumas montagens - como, por exemplo, sangue e morte. Percebe-se um grande pulsar de vida, sua obra é permeada de sentimentos e realismo, considero que sua temática e linguagem é a que mais se aproxima das manifestações dos jovens de nossas escolas. O charme de seu trabalho reside na re-contextualização de elementos cotidianos em pequena escala, mas com grande intensidade. Ele permeia sua produção por uma abordagem sutil de questões políticas e de como as informações veiculadas pelos jornais servem para construção de novos significados e narrativas.
Durante toda visita observei que os três artistas, cada um com sua leitura de vida, estavam preocupados com questões, históricas, políticas, econômicas sociais e ambientais. Nas montagens de FAHLSTRÖM é possível observar palavras e imagens relativas à água, desmatamento e poluição. MACCHI nos apresenta uma obra muito interessante realizada diretamente sobre a parede, que será destruída após o encerramento da BIENAL, onde o artista utiliza barro retirado da Praça da Alfândega.

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