Sunday, November 28, 2010

Projeto de Aprendizagem: uma experiência de autoria

Ir além desta escrita, pensá-la dentro e fora de nós mesmos, relacioná-la com nosso cotidiano (experiência), imprimir nesta escrita a inquietação que nos fez iniciar a caminhada. Ler e escrever textos “ativos, performativos, assinados” (FISCHER, 2005, p.122).

O objetivo principal da utilização do PA (Projeto de Aprendizagem) no período de estágio foi proporcionar as crianças à compreensão do fato histórico a partir de suas vivências. Para percorrer este caminho utilizei o conhecimento prévio como ponto de partida e à medida que as crianças foram compreendendo este conceito e como escrever um PA fomos avançando em nossas aprendizagens. Este processo, de escrita coletiva, é um constante aprendizado para professora e alunos (as), pois apesar de conhecer a metodologia de escrita de um PA, nunca havia tido esta possibilidade de deixar as crianças “experimentarem” suas ferramentas. Durante o Curso (PEAD/UFRGS), na Interdisciplina Seminário Integrador utilizamos esta arquitetura pedagógica, como autoras, mas não houve um momento de avaliação sobre sua aplicabilidade. Ainda tenho dúvidas com relação à orientação destes PA(s), mas aprendi durante o estágio que a cada projeto os desafios mudam. Assim como a participação das crianças nos grupos. Para fundamentar este trabalho de pesquisa e registro no PA, utilizei o texto “Em busca de uma Ancestralidade perdida” de Daniel Mundurucu, onde o autor relata seus conflitos de identidade e que só foi se descobrir a medida que seguia os ensinamentos de seu avô. E que a sabedoria do seu avô era semelhante aos dos grandes mestres, mesmo sem estudar ou ler livros. Assim reforço os objetivos deste projeto sobre as famílias e a história de Itapuã. Este tipo de trabalho exige pesquisa e atividades diferentes, mas os trabalhos têm autoria e são espontâneos. Neste período, de elaboração do PA adorei fotografar e registrar todos os momentos vivenciados com o grupo. As crianças fizeram um excelente trabalho de garimpagem com suas famílias e vizinhos.


Thursday, November 11, 2010

INTERAÇÃO???

"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".
Paulo Freire (1981)

As postagens do semestre 2009/2 (EIXO VII) evidenciam a interação entre as Interdisciplinas, o prazer de escrever e participar das atividades. A postagem Temas Geradores é um exemplo desta articulação, quando apresenta as concepções de Paulo Freire (1991) em relação à construção do conhecimento pelo educando, também abordada na Interdisciplina EJA: Esta “leitura de mundo” permite uma reconstrução onde os educandos re-criam criticamente seu mundo. Neste processo não há um professor, mas um mediador que estabelece uma relação dialógica entre educando e seu universo temático. As atividades das Interdisciplinas destacaram a importância da interação e compreensão de importantes conceitos, como: cultura, exclusão, linguagem, contexto, alfabetização, planejamento, observação criteriosa e investigativa, comunicação oral e escrita, sujeito como um ser social e histórico.
Este estudo interdisciplinar e voltado para nossas práticas pedagógicas, proporcionou a produção escrita individual coletiva o que permitiu a colaboração e cooperação entre colegas, tutoras e professores (as). Na Interdisciplina da EJA realizamos uma pesquisa participante com alunos desta modalidade de Ensino com o objetivo de compreender um pouco da história destes estudantes, como vivem e a relação que estabelecem com o mundo do trabalho e a educação (pbwork). Após a conclusão da pesquisa o grupo elaborou um pôster que foi apresentado para nossas colegas e professores no Pólo.

A importância do papel do professor (a), o planejamento das aulas, a observação criteriosa e investigativa e a percepção deste aluno (a) como um ser social e histórico é percebida nas atividades da Interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação.
Na Interdisciplina de Linguagem e Educação foram trabalhados aspectos importantes para que ocorra um planejamento voltado para as experiências das crianças e jovens na escola.
Esta tarefa de relembrar as postagens do BLOG é desafiadora, pois este movimento de reler o que se escreveu e porque provoca uma sensação estranha de mobilidade. Foram muitas postagens no BLOG mas apresento uma citação do professor Helvécio que reflete todas as emoções vivenciadas pelo grupo.

Monday, November 01, 2010

DIVERSIDADE E INCLUSÃO

As Interdisciplinas deste semestre (EIXO VI) contemplaram em suas leituras e atividades, inúmeros conceitos que proporcionaram reflexões quanto à atitude do educador frente a situações de aprendizagem, indisciplina, conflito, violência, discriminação e preconceito entre as crianças e jovens no ambiente escolar. Dentre elas, a atividade sobre o processo de desenvolvimento moral, segundo a Teoria de Piaget, realizada na Interdisciplina: Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II. No Fórum e Dossiê, atividades realizadas durante a Interdisciplina: Educação de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais foi possível conhecer ações e projetos voltados a INCLUSÃO. Um exemplo desta aprendizagem é a expressão Tecnologia Assistiva utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente, promover vida independente e inclusão (BERSCH, 2007, p. 31). Este semestre caracterizou-se por grande diversidade e vivências como a registrada na postagem sobre a palestra da professora Marilene Paré, que reflete uma caminhada e minha paixão pela Educação. Este registro foi realizado para evidenciar a importância de conhecer e conviver com a Professora Marilene Paré e recebê-la aqui em nossa escola. Estas postagens evidenciam a importância do curso de Pedagogia à distância da UFRGS (PEAD), um espaço de metamorfose e de intensa troca, de aprendizagem e intercâmbio necessários a nossa prática docente. Pois é a partir da articulação da teoria com nossas vivências pessoais e profissionais que tecemos nossa produção individual. E é esta proposta do PEAD, de um currículo com características interdisciplinares, que proporciona este movimento, este ir e vir de aprendizagens, esta troca entre todos nós (professores, tutores e alunos) e permite a construção desta rede que se constitui nossa comunidade de aprendizagem.

Thursday, October 21, 2010

EIXO V

Quando encaramos o tempo com serenidade e conservamos acesa a curiosidade, continuamos aprendendo, consolidando sabedoria, ampliando a visão, relativisando conceitos. Na grande viagem da vida, quando alguns caminhos se fecham, outros se abrem (GOLDIN; MALDONADO, 1995, p. 8).

No eixo V desenvolvemos a través da Interdisciplina Psicologia na Vida Adulta Projetos Temáticos com assuntos relacionados à Vida adulta. Nosso grupo pesquisou sobre o uso de Tecnologias na Vida Adulta, escolhemos como sujeitos de nossa pesquisa a EJA (Educação de Jovens e Adultos) e utilizamos como instrumento de coleta de dados as Entrevistas. Esta escolha deve-se a ao papel que hoje o ensino da EJA desempenha na nossa escola, pois consiste em um desafio na busca da qualificação do processo educacional, seu objetivo principal é garantir o direito ao ensino Fundamental e Médio a todo cidadão que por diferentes motivos foram excluídos do processo de aprendizagem (Art. 37 e 38 da LDB 9394/96).
Assim suas experiências e saberes precisam ser respeitados, através deles é possível sistematizar os conceitos científicos e produzir conhecimento.
Educador e educando ensinam e aprendem de forma ativa, num processo vivo e dinâmico de interação e integração consigo mesmo, com o grupo, com o conhecimento e com o mundo, abrangendo também o enfoque ecológico e espiritual (OLBRZYMEK, 2001, p. 89).

Nesta perspectiva e a partir de leituras realizadas sobre a obra de Paulo Freire para uma proposta educacional comprometida com a humanização da vida em sociedade precisamos estar atentos para:
a) o fundamento antropológico, que define cada ser humano como um potencial de realização de seu próprio ser mais.
b) a base epistemológica dialético-problematizadora, que valoriza os diferentes saberes, culturas e sentidos, na busca de construir uma práxis social emancipatória de todo o ser pessoa é a esperança na capacidade de nós seres humanos nos educarmos coletivamente a partir do diálogo crítico com a realidade que nos cerca;
c) o compromisso político do processo educativo no engajamento com as transformações sócio-culturais necessárias ao processo de humanização do mundo;
d) o desafio ético-humanizador de uma pedagogia voltada para a construção da vida digna e justa para todos.
Conforme Maturana, somos responsáveis por aquilo que construímos na nossa vida. Nada ocorre por acaso. O “... conhecimento se dá no momento em que estamos interagindo com o mundo”. Portanto, precisamos agir e interagir nos ambientes em que convivemos diariamente e com as pessoas que dele fazem parte. Esta é minha principal dificuldade, como é difícil conviver com as pessoas, ouvir e manifestar opiniões que divergem da nossa. No ambiente escolar as relações interpessoais estão se tornando um motivo de terapia. São pais reclamando dos filhos, professores que reclamam dos pais, pais que reclamam de professores e alunos que brigam com colegas ou casos de agressão na família! Existem momentos em que temos vontade de sair correndo... (MORAES, Rosária. Fórum de Psicologia, 12/09/2008).

Friday, October 08, 2010

Ensinar e Aprender II

As Interdisciplinas do IV semestre despertaram em meu “ser professora” algumas certezas que já estavam adormecidas. Em uma postagem do BLOG publiquei uma análise das leituras e pesquisas de Paulo Freire e sua Teoria do Conhecimento, baseada numa antropologia, que foi inventada/construída a partir de uma visão de mundo e de uma visão de ser humano. “Não há conhecimento válido se não for compartilhado com o outro. Exige-se o diálogo. A validade do meu conhecimento é dada socialmente, quando compartilho e construo o conhecimento com os outros. O ser humano aprende por que é um ser que possui curiosidade!” Esta é a idéia central que permeou todo semestre, a curiosidade, pois através de todas as leituras e atividades solicitadas é possível constatar sua importância. As atividades do Seminário Integrador IV com o PIE e nossas atuais reflexões sobre o ato de perguntar nos levam diretamente para a curiosidade infantil e a falta de curiosidade do ser humano na vida adulta. Na Interdisciplina de Estudos Sociais fomos desafiados a usar nossa criatividade e curiosidade e constatei que esta área do conhecimento além de ser fundamental nas séries iniciais pode ser transformada em uma interessante experiência de conhecer nosso ‘espaço’ e viajar pelos diferentes tempos: passado e presente, tendo como ponto de partida nossas vivências e a história de vida de nossas famílias. Compreendi que o tempo e o espaço são conceitos complexos e multifacetados, pois podem abarcar múltiplas concepções. Em relação ao tempo, podemos citar o tempo cronológico que serve de referência para localização dos acontecimentos no passado, presente e futuro em diferentes culturas. Há ainda o tempo histórico, que nos revela situações que transformaram o modo de viver de muitas pessoas. O ritmo do tempo também predomina na sociedade atual, na qual o “tic-tac” do relógio parece estar acelerado e impõe a nossa vida uma pressa atordoante. Nesse sentido, o espaço precisa ser percebido não como algo estático, mas como um espaço vivo, fruto das nossas referencias socioculturais. Como um ser social e cultural nos tornamos agentes responsáveis pela conservação e manutenção da vida nestes espaços e deixamos de agir como simples expectadores. Ainda com relação ao tempo Domingos e Feriados... foi um texto apresentado pela Interdisciplina de Ciências Naturais e que contribuiu para nossa reflexão a cerca das diferentes concepções de tempo. “Os domingos precisam de feriados” escrito pelo Rabino Nilton Bonder, provoca uma reflexão com relação a nossa existência nesse planeta. Os fatos descritos pelo autor fazem referência a uma humanidade em “crise”. Assim, percebi que existem inúmeras possibilidades de planejamento para trabalhar com os conceitos de espaço e tempo na sala de aula. E que a criança precisa compreender as origens do fato histórico a ser estudado e para isso precisa desenvolver noções/conceitos e trazer para a escola os conhecimentos prévios do grupo social em que está inserida (Aprendizagem).

Sunday, September 26, 2010

Aprendizagens e sensibilidade

A postagem Começar... Recomeçar!!! Apresenta um resumo das aprendizagens e sentimentos vivenciados no segundo semestre de 2007, nas Interdisciplinas de: Escola, Projeto Pedagógico e Currículo; Ludicidade e Educação; Teatro; Literatura; Musica; Artes Visuais e Seminário Integrador III. Nesta postagem relato as leituras, releituras, desafios e aprendizagens do semestre que provocaram mudanças em todos nós. Foram atividades de visita a BIENAL, na Interdisciplina de Artes e alguns trabalhos em grupo (LITERATURA) com encontros no DC Navegantes e momentos de convivência, interação, cooperação e colaboração com os colegas. Neste semestre apresentamos o PORTIFÓLIO DE APRENDIZAGENS no Pólo relatando as aprendizagens e mudanças significativas na nossa prática. Apresentei minha experiência com o teatro que foi marcante neste período e envolveu outros colegas da escola. Enfim, um semestre de intenso trabalho, interação e conhecimento que uniu ainda mais nosso grupo do PEAD. Conheci pessoas novas e me aproximei mais do grupo, me senti mais acolhida. As disciplinas deste semestre se completam e nos oferecem muitas possibilidades... As dificuldades enfrentadas no início do semestre com as atividades que exigiram sensibilidade e subjetividade. E como sou uma pessoa muito prática, não conseguia parar e ficar admirando uma tela, observar seus detalhes, descrever suas características e ainda produzir uma releitura. Fiz e Refiz as atividades de Artes, mas no final estes desafios proporcionaram um outro olhar sobre a importância destes espaços de criação na sala de aula. E esta aprendizagem foi importante no período de estágio.

Saturday, September 18, 2010

TEMPO????


No semestre 2007/1 fiquei surpresa com minhas postagens no BLOG, dei boas risadas com as imagens e comentários que fiz com relação ao gerenciamento do “tempo”. Acho que vivi um momento de estresse com o acúmulo de atividades no PEAD, na escola e em casa. Interessante que apesar de estar habituada a inúmeras atividades de leitura e trabalho estou vivenciando um momento semelhante aquele. Porém agora meus filhos cresceram e minha vida mudou 360º. Naquela época relatei a preocupação com a quantidade de material (textos e sites) para estudo e pesquisa na disciplina História e Infâncias. Comentei que no semestre anterior (2006/2), as disciplinas permitiram uma maior reflexão quanto às propostas de trabalho, pois foram oferecidas simultaneamente durante todo o semestre. Recordo que naquele semestre as disciplinas foram oferecidas em duas etapas e questionei esta forma de divisão, pois o “tempo” passou muito rápido. A disciplina de psicologia foi muito interessante e esclarecedora e deveria estar presente até o final do semestre. Sua proposta permitiria uma maior reflexão sobre a história da educação e o conceito de infância e escola. As dificuldades com o uso das TICs foram amenizadas, mas recados como este eram encaminhados pela prof. Íris: “Quem não consegue ver o material que está na trilha da psicologia, provavelmente também não consegue visualizar os vídeos que disponibilizamos no wiki de Alvorada. Isso se deve ao fato de faltar o Flash Player no micro de vocês”. Refletir sobre este processo é muito importante principalmente por proporcionar uma autoavaliação de nossa caminhada e os limites superados. Na postagem Inventário Vitória-Régia escrevi sobre o PEAD que sendo um curso a Distância (EAD) apresentou diferenças no modelo de ensino-aprendizagem e no papel dos professores, tutores e alunos. Estas mudanças foram ocorrendo através da interação, colaboração e cooperação destes sujeitos proporcionada por diferentes estratégias de comunicação. A utilização de diferentes ambientes virtuais de ensino-aprendizagem contribuíram para tornar mais atrativas e desafiadoras as atividades propostas.