Thursday, October 21, 2010

EIXO V

Quando encaramos o tempo com serenidade e conservamos acesa a curiosidade, continuamos aprendendo, consolidando sabedoria, ampliando a visão, relativisando conceitos. Na grande viagem da vida, quando alguns caminhos se fecham, outros se abrem (GOLDIN; MALDONADO, 1995, p. 8).

No eixo V desenvolvemos a través da Interdisciplina Psicologia na Vida Adulta Projetos Temáticos com assuntos relacionados à Vida adulta. Nosso grupo pesquisou sobre o uso de Tecnologias na Vida Adulta, escolhemos como sujeitos de nossa pesquisa a EJA (Educação de Jovens e Adultos) e utilizamos como instrumento de coleta de dados as Entrevistas. Esta escolha deve-se a ao papel que hoje o ensino da EJA desempenha na nossa escola, pois consiste em um desafio na busca da qualificação do processo educacional, seu objetivo principal é garantir o direito ao ensino Fundamental e Médio a todo cidadão que por diferentes motivos foram excluídos do processo de aprendizagem (Art. 37 e 38 da LDB 9394/96).
Assim suas experiências e saberes precisam ser respeitados, através deles é possível sistematizar os conceitos científicos e produzir conhecimento.
Educador e educando ensinam e aprendem de forma ativa, num processo vivo e dinâmico de interação e integração consigo mesmo, com o grupo, com o conhecimento e com o mundo, abrangendo também o enfoque ecológico e espiritual (OLBRZYMEK, 2001, p. 89).

Nesta perspectiva e a partir de leituras realizadas sobre a obra de Paulo Freire para uma proposta educacional comprometida com a humanização da vida em sociedade precisamos estar atentos para:
a) o fundamento antropológico, que define cada ser humano como um potencial de realização de seu próprio ser mais.
b) a base epistemológica dialético-problematizadora, que valoriza os diferentes saberes, culturas e sentidos, na busca de construir uma práxis social emancipatória de todo o ser pessoa é a esperança na capacidade de nós seres humanos nos educarmos coletivamente a partir do diálogo crítico com a realidade que nos cerca;
c) o compromisso político do processo educativo no engajamento com as transformações sócio-culturais necessárias ao processo de humanização do mundo;
d) o desafio ético-humanizador de uma pedagogia voltada para a construção da vida digna e justa para todos.
Conforme Maturana, somos responsáveis por aquilo que construímos na nossa vida. Nada ocorre por acaso. O “... conhecimento se dá no momento em que estamos interagindo com o mundo”. Portanto, precisamos agir e interagir nos ambientes em que convivemos diariamente e com as pessoas que dele fazem parte. Esta é minha principal dificuldade, como é difícil conviver com as pessoas, ouvir e manifestar opiniões que divergem da nossa. No ambiente escolar as relações interpessoais estão se tornando um motivo de terapia. São pais reclamando dos filhos, professores que reclamam dos pais, pais que reclamam de professores e alunos que brigam com colegas ou casos de agressão na família! Existem momentos em que temos vontade de sair correndo... (MORAES, Rosária. Fórum de Psicologia, 12/09/2008).

Friday, October 08, 2010

Ensinar e Aprender II

As Interdisciplinas do IV semestre despertaram em meu “ser professora” algumas certezas que já estavam adormecidas. Em uma postagem do BLOG publiquei uma análise das leituras e pesquisas de Paulo Freire e sua Teoria do Conhecimento, baseada numa antropologia, que foi inventada/construída a partir de uma visão de mundo e de uma visão de ser humano. “Não há conhecimento válido se não for compartilhado com o outro. Exige-se o diálogo. A validade do meu conhecimento é dada socialmente, quando compartilho e construo o conhecimento com os outros. O ser humano aprende por que é um ser que possui curiosidade!” Esta é a idéia central que permeou todo semestre, a curiosidade, pois através de todas as leituras e atividades solicitadas é possível constatar sua importância. As atividades do Seminário Integrador IV com o PIE e nossas atuais reflexões sobre o ato de perguntar nos levam diretamente para a curiosidade infantil e a falta de curiosidade do ser humano na vida adulta. Na Interdisciplina de Estudos Sociais fomos desafiados a usar nossa criatividade e curiosidade e constatei que esta área do conhecimento além de ser fundamental nas séries iniciais pode ser transformada em uma interessante experiência de conhecer nosso ‘espaço’ e viajar pelos diferentes tempos: passado e presente, tendo como ponto de partida nossas vivências e a história de vida de nossas famílias. Compreendi que o tempo e o espaço são conceitos complexos e multifacetados, pois podem abarcar múltiplas concepções. Em relação ao tempo, podemos citar o tempo cronológico que serve de referência para localização dos acontecimentos no passado, presente e futuro em diferentes culturas. Há ainda o tempo histórico, que nos revela situações que transformaram o modo de viver de muitas pessoas. O ritmo do tempo também predomina na sociedade atual, na qual o “tic-tac” do relógio parece estar acelerado e impõe a nossa vida uma pressa atordoante. Nesse sentido, o espaço precisa ser percebido não como algo estático, mas como um espaço vivo, fruto das nossas referencias socioculturais. Como um ser social e cultural nos tornamos agentes responsáveis pela conservação e manutenção da vida nestes espaços e deixamos de agir como simples expectadores. Ainda com relação ao tempo Domingos e Feriados... foi um texto apresentado pela Interdisciplina de Ciências Naturais e que contribuiu para nossa reflexão a cerca das diferentes concepções de tempo. “Os domingos precisam de feriados” escrito pelo Rabino Nilton Bonder, provoca uma reflexão com relação a nossa existência nesse planeta. Os fatos descritos pelo autor fazem referência a uma humanidade em “crise”. Assim, percebi que existem inúmeras possibilidades de planejamento para trabalhar com os conceitos de espaço e tempo na sala de aula. E que a criança precisa compreender as origens do fato histórico a ser estudado e para isso precisa desenvolver noções/conceitos e trazer para a escola os conhecimentos prévios do grupo social em que está inserida (Aprendizagem).