Na cinzenta monotonia da minha vida de adulto lembrei-me das vivas cores dos anos da infância. Voltei atrás, deixei iludir-me pelas reminiscências. E eis que ingressei na cinzenta monotonia dos dias e das semanas de criança. Nada lucrei, mas perdi o tempero da resignação (KORCZAK, 1981, p. 152).
Sunday, November 22, 2009
Reflexão- Síntese!
Mais um semestre está terminando e no turbilhão de atividades, escritas, pesquisas, arquiteturas pedagógicas, escola, família, filhos, amigos... Estamos nós enlouquecidas (os) realizando uma (re) leitura de nossa caminhada no PEAD! A novidade é que vamos analisar o BLOG de um colega de outro Pólo! E esta interação é importante para perceber como os colegas de outos municípios estão pensando e retratando suas aprendizagens... Escolhi o Pólo de Gravataí e lá visitei o BLOG do Paulo Medeiros, um professor apaixonado pela Educação e autor de um BLOG fascinante! Faço um convite aos colegas para visitarem este espaço de escrita criativa e ousada!
Sunday, November 08, 2009
O menino Selvagem
Pois viver deveria ser - até o último pensamento e derradeiro olhar - transformar-se.
Lya Luft
Na Interdisciplina de Libras realizamos uma atividade sobre os registros de Itard com relação as suas tentativas de educar um menino selvagem chamado Victor. Os trabalhos realizados foram registrados em dois relatórios:
O primeiro, Da educação de um homem selvagem ou dos primeiros desenvolvimentos físicos e morais do jovem Selvagem do Aveyron, é dirigido a Societé des Observateurs de l’Homme, em outubro de 1801, após 9 meses de trabalho. Nele Itard descreve a captura e o estado em que se encontrava o menino e “defende a idéia de que, sendo a causa de seu mutismo e hábitos estranhos o isolamento em que vivera desde a mais tenra infância, seria passível de reeducação, desde que submetido a métodos adequados” (BANKS -LEITE E GALVÃO, p.17, 2000). Apresenta também neste relatório os cinco objetivos que pautaram seu programa de ensino, descrevendo as ações e as respostas do menino a cada uma das metas.
O segundo relatório, Relatório feito a Sua Excelência o ministro do interior sobre os novos desenvolvimentos e o estado atual do Selvagem de Aveyron, é apresentado por solicitação do Ministro do interior em setembro de 1806. Nele Itard relata com honestidade os êxitos e fracassos do menino, atribuindo os poucos progressos mais aos seus desacertos como professor do que a falta de capacidade de Victor em aprender, transmite algumas esperanças, apesar do tom de desânimo por seu fracasso. Assim convence o governo a manter o financiamento ao seu estudo.
Estes relatórios serviram para divulgação da experiência e passam a ser apreciados e discutidos pela comunidade científica, especialmente nas áreas da educação especial, psiquiatria, psicanálise e educação de surdos. A partir destes registros François Truffaut dirigi um filme que faz grande sucesso e desperta o interesse do meio acadêmico (L’enfant sauvage, 1969).
Apesar das inúmeras tentativas de Itard, as interações sociais e as manifestações típicas da infância aparentemente não foram consideradas significativamente, pois o isolamento do menino no Instituto Nacional de Surdos-Mudos e a convivência somente com pessoas adultas talvez possam ter contribuído para o fracasso de sua experiência.
Modelos de Letramento e as práticas de alfabetização na escola
Referências
Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006).
Sunday, November 01, 2009
Temas Geradores
A utilização de temas geradores[1] na prática pedagógica se faz necessário pelo simples fato de proporcionar ao educador uma inserção no universo cultural do educando. Através de uma pesquisa prévia[2] neste universo são extraídas palavras que permitem iniciar um planejamento voltado aos interesses do educando. Estas palavras chamadas de “geradoras” são responsáveis pela formação de outras que fazem parte deste “universo vocabular do alfabetizando”. Esta “leitura de mundo” permite uma reconstrução onde os educandos re-criam criticamente seu mundo. Neste processo não há um professor, mas um mediador que estabelece uma relação dialógica entre educando e seu universo temático (conteúdo). “Através de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais” (FREIRE, 1991, p.92). O conhecimento é dialógico (não é só histórico, epistemológico e lógico). A dialética é revolucionária e questionadora. A contradição se dá quando existe diálogo. Sua teoria é a teoria do diálogo e do respeito ao outro.
[1] “Estes temas se chamam geradores porque, qualquer que seja a natureza de sua compreensão, como a ação por eles provocada, contêm em si a possibilidade de desdobrar-se em outros tantos temas que, por sua vez, provocam novas tarefas que devem ser cumpridas” (FREIRE, 1991, p. 93).
[2] Esta investigação consiste em conhecer a realidade e como este homem atua sobre esta realidade, é investigar a sua práxis (FREIRE, 1991).
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 19ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
Sunday, October 25, 2009
PROJETO MULTIFEIRA
Dando continuidade às reflexões sobre a Interdisciplina de Didática e as ações realizadas na minha escola para propiciar um ambiente profícuo de aprendizagem, trago como exemplo, o Projeto MULTIFEIRA. Este projeto faz parte do nosso Calendário Escolar e possibilita um trabalho conjunto entre as diferentes áreas do conhecimento, professores (as) e alunos (as). O ideal seria que no cotidiano da escola esta prática permeasse todo planejamento. Porém, citando meu exemplo, ainda precisamos avançar para construir este ambiente referido por Dewey: “A escola precisa propiciar um ambiente de aprendizagem para que a criança possa resolver problemas reais de sua vida, através de práticas educativas conjuntas onde ocorram situações de cooperação”. A foto publicada é do projeto das séries iniciais do Ensino Fundamental sobre o lixo e as possibilidades de utilização de materiais recicláveis em brinquedos e objetos de decoração. A idéia surgiu após uma saída de campo da professora da 3ª série e 3º ano que fotografou e coletou inúmeros materiais jogados na rua. A partir desta constatação promoveu momentos de pesquisa e oficinas com as crianças e o resultado foi apresentado na MULTIFEIRA.
Saturday, October 17, 2009
Comparando... o novo e o velho?
Algumas idéias de Ovide Decroly (1871-1932) são semelhantes à de John Dewey, quanto à universalização do ensino, trabalhos em grupo com ênfase em assuntos de interesse nos alunos e os métodos ativos. Para Decroly o aluno possui a possibilidade de conduzir seu próprio aprendizado podendo assim “aprender a aprender” (p. 34). A professora Marisa del Cioppo Elias, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo explica que o conceito de centros de interesse descritos por Decroly, nada mais é do que o conceito atual de Interdisciplinaridade. “Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu” (p.35).
Monday, October 12, 2009
ESCOLA É
Estamos discutindo o texto de Regina Hara (1992), através do Fórum da Interdisciplina: Educaçâo de Jovens e Adultos no Brasil. A autora propõe uma reflexão com relação a nossa prática docente e os desafios de manter o interesse destes jovens e adultos na escola, sendo estes sujeitos originários da classe popular. São pessoas que não tiveram oportunidade de aprender quando crianças e assim ficaram a margem da sociedade. É complicado falar desta realidade sem estar inserido nela, não sou professora da EJA, mas participo das discussões e reuniões de colegas desta modalidade. Percebe-se assim como na contextualização do texto de Hara (1992) que estes educadores (as) enfrentam muitos desafios e dificuldades para exercer a sua docência. Na nossa escola, temos neste ano uma EJA formada por muitos alunos (as) que foram transferidos do Ensino Regular e que enfrentam problemas de autoestima e autoimagem, consideram-se fracassados, pois em sua maioria possuem um histórico de duas ou três reprovações por série. Então o desafio este ano é MOTIVAR... “Dificuldades em ensinar, em lidar com a motivação, em conseguir ganhos de consciência são permanentes nos depoimentos daqueles que buscaram o trabalho com adultos das camadas populares” (HARA, 1992, p. 1). A evasão existe e nos coloca a prova todos os dias, a cada desistência... Citando o professor Helvécio (01/10/2009): “Motivar nossos educandos implica em primeiro nos motivarmos a nós mesmos. Esta é a nossa primeira conquista. Para tanto, é necessário que estejamos abertos ao novo e ao diferente. (...) O desafio está dado, resta-nos a nós (educadores) enfrentarmos e transformá-lo em elemento de nossa prática pedagógica, que antes de tudo é prática social. A melhor forma de alfabetizar, para mim, é levar em conta aquilo que o educando sabe, ressignificar esse saber, organizá-lo e devolvê-lo organizadamente a ele para que ele de posse da cultura letrada lute pelo espaço político e social ao qual ou aos quais ele (educando/cidadão) tem direito e, muitas vezes ou quase sempre, não sabe porque lhe falta a informação”.
Thursday, October 01, 2009
Lições do Rio Grande
Tuesday, September 29, 2009
Vivências e Aprendizagens
Tuesday, September 08, 2009
Educadores... seres imprescindíveis!
Assim como os educadores que fizeram parte da minha trajetória escolar acredito que é necessário cultivar em nossas crianças e jovens: a autonomia, a dignidade e a ética. Valorizar a VIDA! Ser um sujeito curioso, perseverante, otimista, verdadeiro e íntegro. Proporcionar espaços de construção do conhecimento, participação e ação. Ser um sujeito ativo e comprometido com o futuro do Planeta.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.
Monday, June 15, 2009
Aldeia Tekõa Jataíty
Para realizar a atividade da Interdisciplina: Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História foram utilizados dados coletados, em 2002, na Aldeia Tekõa Jataíty, no Canta Galo, Viamão/RS. Outro fator para o interesse por informações sobre a sociedade dos Mbyá Guarani é a falta de material escrito sobre este grupo, pois durante a pesquisa de campo realizada para coleta de dados percebi que o setor público, como a Casa de Cultura Municipal de Viamão, não dispõe de material para pesquisa. O preconceito implícito no modo como as pessoas falam dos Mbyás-Guarani e dos índios em geral, chamando-os de preguiçosos, traiçoeiros e invasores, demonstra claramente a falta de informação sobre a importância histórica da cultura[1] deste povo. Cultura rica e com inúmeras contribuições quanto a sua organização social e política dentro das aldeias, que certamente se opõem a nossa cultura excludente.
CRIANÇAS E JOVENS MBYÁS
A infância dos Mbyás é marcada por momentos significativos, até os dois anos, a criança vive uma fase muito especial, a família lhe dá todo o cuidado. A comunidade observa a suas atitudes. Tenta, então, interpretar quais os potenciais e os dons que ela tem. Para os Mbyás, a criança já nasce com potenciais do que terá no futuro. Os pais nunca obrigam a ser alguém que não é. Na Aldeia Tekoã Jataíty do Canta Galo, somente aos oito anos de idade a criança recebe a autorização para aprender a língua portuguesa, sendo que até essa idade eles apenas falam em tupi guarani. Assim a cultura guarani é preservada e transmitida entre as gerações, pois até os oito anos as crianças são educadas pelos pais-principalmente pela mulher que exerce um papel fundamental na educação dentro da família, cabendo a eles a transmissão cultural e a preservação da tradição dos antepassados. Por volta dos quinze anos, os jovens e as jovens Mbyás já são considerados aptos para decidirem o caminho que querem seguir. Contudo, eles sempre são lembrados de que precisam observar a educação dada pelos pais e pela comunidade e de que precisam agir dentro dos limites de sua cultura. Só assim serão considerados sábios e serão respeitados.
LUCIANO, Gersen dos Santos. Os índios no Brasil quem são e quantos são. Texto extraído do Livro O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília, 2006.
Site: http://www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/
MORAES, Rosária Lanziotti. Mbyá-Guarani: uma releitura acerca de sua cultura. PUCRS, 2002.
[1] O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. Ser índio não está mais associado a um estágio de vida, mas à qualidade, à riqueza e à espiritualidade de vida. Ser tratado como sujeito de direito na sociedade é um marco na história indígena brasileira, propulsor de muitas conquistas políticas, culturais, econômicas e sociais (Gersen dos Santos Luciano, 2006).
Sunday, June 07, 2009
Indisciplina x Violência no ambiente escolar
Referências
DE LA TAILLE, Yves. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.
PICETTI, Jaqueline. Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? Texto publicado no ambiente ROODA - Interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, PEAD, UFRGS, 2009.
Tuesday, June 02, 2009
EDUCADOR Educa a dor
Depois de tantas emoções quero agradecer a todas e a todos os colegas que colaboraram na construção destes projetos. Inclusive aqueles que mesmo a distância fizeram sua parte com mensagens de incentivo e CORAGEM!
Quero agradecer ao carinho da colega responsável pela sala em que estávamos a Luciana Boff Turchielo, fiquei emocionada com suas palavras com relação ao Pólo de Alvorada!
Muito Obrigada também às professoras e tutoras da UFRGS e do Pólo de Alvorada, que proporcionaram este momento especial! E a professora Luciane que acreditou em nós e não economizou noites e finais de semana na construção de nossos relatos, aliás, colaboração/cooperação e InterAÇÃO não faltaram!
Como coloca Primo (2003) não é justo tratar os envolvidos nesse processo de mediação como apenas usuários, fazendo da tecnologia a estrela maior. A estrela somos nós, que através de nossas escritas, colaborações e cooperação vamos fazer esse processo funcionar.
Friday, May 22, 2009
Campanha do Bugio
Moro na zona rural do Município de Viamão e convivemos com os bugios no pátio das nossas casas. São animais dóceis e inofensivos e não são responsáveis pela Febre amarela. Ao contrário, estão morrendo... Por amor não sacrifiquem nenhum animal!!! Colegas divulguem com seus alunos e alunas precisamos informar nossas comunidades.
Friday, May 15, 2009
Projeto de Aprendizagem Coletivo
Sunday, May 03, 2009
Intensas Emoções
A indicação do filme “O Clube do Imperador” na Interdisciplina de Filosofia proporcionou intensas sensações. É um filme emocionante, belo e intenso, fez aflorar sentimentos que no cotidiano deixamos de lado. O professor Hundert faz uma excelente avaliação de sua trajetória profissional e através de suas lembranças, as nossas também são despertadas e percebe-se, que apesar da desvalorização que vivemos atualmente, o quanto a figura do educador é importante para a formação do caráter das crianças e jovens. Somos uma referência! Lendo o texto “A Defesa de Sócrates” compreendo um pouco a atitude do professor Hundert, apesar de não concordar, percebo que sua intenção era provocar uma mudança no caráter daquele jovem. As falas deste personagem são de grande importância para nossas vidas, um exemplo, foi sua conversa com seu ex-aluno após a revanche da prova de “Júlio César”, onde ele afirma que o homem precisa construir sua vida com caráter e princípios.
Wednesday, April 29, 2009
Palestra sobre Cultura Afro
Saturday, April 25, 2009
Apresentando Sócrates
atlético e atlântico
pacífico e romântico (...)
Indicado pro amor.
(Gabriel O Pensador, em Peixe-Aquário, do livro Diário Noturno)
Saturday, April 18, 2009
PROJETO DE ARTES
Saturday, April 11, 2009
O EU e o OUTRO, DIFERENÇAS, ANCESTRALIDADE
Meu avô nasceu no Uruguai, foi Militar e morreu antes que eu nascesse.
Através da atividade O Eu e o Outro... da Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História experimentei intensas emoções... A pesquisa envolveu meus pais, pois a partir da elaboração desta atividade comecei a conversar sobre a origem da nossa família e relembrar histórias de nossos queridos antepassados. Minha mãe ficou emocionada revendo as fotos e a atividade da Linha do tempo, realizada na Interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais coordenada em nosso Pólo pela Professora Maria Aparecida Bergamaschi, criada através do recurso colaborativo Xtmeline, "MINHA HISTÓRIA DE VIDA" . Além das vivências e sentimentos aflorados a leitura do texto: Em Busca de uma Ancestralidade Brasileira de Daniel Mundurucu proporciona uma visão da importância da história pessoal de cada indivíduo e o mais interessante relata suas vivências e aprendizagens despojado de qualquer sentimento de preconceito. Afinal o autor é um índio da nação Mundurucu (Pará). E conforme o autor: “... é preciso que as pessoas ouçam suas próprias histórias e as recontem, sempre...” (MUNDURUCU,2002).
Thursday, April 09, 2009
Políticas Públicas Brasileiras em Educação Especial
BAPTISTA, Claudio. Inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas. In: Baptista, Cláudio. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.
Monday, March 30, 2009
Sala de aula como um espaço de construção
No texto “Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos”, o autor enfatiza a importância do conhecimento construído pelo sujeito aprendiz, a partir das suas vivências[1] e do conhecimento formal. Na pedagogia relacional para que ocorra aprendizagem o sujeito precisa interagir com o objeto. “A ação do sujeito, portanto, constitui, correlativamente, o objeto e o próprio sujeito. Sujeito e objeto não existem antes da ação do sujeito” (BECKER, 1995).
Nesta semana vivenciamos este processo através de um projeto na nossa escola, no qual todos se envolveram nas atividades, o tema foi a água e sua importância para nossa existência e a continuidade da vida em nosso planeta. Os alunos e alunas de todas as séries da Educação Infantil ao Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos) contribuíram para realização de um evento (sábado 28/03) onde todas as atividades foram realizadas ao mesmo tempo. Alunos, professores e pais, participaram de atividades como: pintura dos muros da escola com desenhos e frases sobre a água, plantio de mudas de flores... Enfim um momento de construção coletiva, com leitura de poesias e apresentações de teatro... Esta experiência possibilitou ao grupo perceber a diferença entre uma aula tradicional e um projeto interdisciplinar. É evidente que a mudança de atitude não é um processo rápido, mas acredito que este seja o caminho.
Conforme Becker (1995), para que ocorra uma mudança de paradigma é necessário que o professor responda a seguinte questão: “que cidadão ele quer que seu aluno seja”? O autor ressalta a importância de “partir da experiência do educando, recuperando o sentido do processo pedagógico, isto é, recuperando e (re)constituindo o próprio sentido do mundo do educando... e do educador”.
Assim, a relação professor e aluno torna-se prazerosa com momentos de troca de experiências e aprendizagens. “Nesta relação, professor e alunos avançam no tempo” (BECKER, 1995). O ambiente da sala de aula transforma-se em “um espaço prazeroso de construção do conhecimento, um espaço de pesquisa, de choro, de risos, de descobertas, de vida... transpondo estruturas estabelecidas e modelos padronizados” (Trecho da atividade do semestre 2/2007).
BECKER, F. Modelos Pedagógicos & Modelos Epistemológicos. In: SILVA, Luiz Heron: AZEVEDO, José Clóvis (Org.) Paixão de aprender II. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
LUFT, Lya. O silêncio dos amantes. 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
[1] O professor, além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento - condição prévia das aprendizagens futuras (BECKER, 1995).