Saturday, June 14, 2008

Bem-te-vi ou Urubu?


Achei que esta imagem traduz com perfeição nossas leituras na disciplina Seminário Integrador IV, pois aqueles raios de sol transmitem toda energia que precisamos para seguir em frente, apesar das adversidades. Através dos exemplos e situações descritas é possível acreditar na mudança e na (des)acomodação.
Com relação à grade de conteúdos (MAGDALENA;COSTA, 2003), acredito que os Planos de Estudos construídos a partir das dúvidas dos alunos e alunas seriam mais ricos. Melhor ainda se estes conteúdos determinassem o ponto de partida para os Projetos de Aprendizagem. Mas como esta mudança ocorreria na prática? Com esta amplitude de possibilidades e conceitos como os professores e professoras se organizariam para suas aulas? Atualmente nas escolas públicas estaduais estamos divididos em docentes do CAT (Currículo por Atividades) e docentes por Área de Conhecimento, a partir da 5ª série temos um horário a seguir com as disciplinas separadas conforme o Desenho Curricular de cada escola. Nas séries iniciais como o professor (a) é unidocente podemos planejar nossas aulas com maior liberdade dentro do mínimo estabelecido nos Planos de Estudos, mas a partir da 5ª série, como faríamos?
É importante refletir sobre como mudar a realidade das escolas, seus índices de reprovação e evasão, mas é preciso entender que esta mudança só ocorrerá dentro do ambiente escolar com a mobilização dos educadores. A seguir, transcrevo um trecho do livro de Rubem Alves escrito na década de 80, que colabora com nossas discussões:
“... para educar bem-te-vi é preciso gostar de bem-te-vi, respeitar o seu gosto, não ter projeto de transformá-lo em urubu. Um bem-te-vi será sempre um urubu de segunda categoria. Talvez, para se repensar a educação e o futuro da Ciência, devêssemos começar não dos currículos-cardápios, mas do desejo do corpo que se oferece à educação” (ALVES,1984, p.12).

Referências

ALVES, Rubem Azevedo. Estórias de quem gosta de ensinar. 4ª edição, São Paulo, Cortez: Autores Associados, 1984.

1 comment:

Beatriz said...

Rosário querida, que bom que estamos abrindo luz nas tuas reflexões!! Fico feliz em ajudar a compreender melhor os dilemas e necessidades da nossa querida escola pública.
Valeu!! Olhei teu blog e tens material excelente para fazer um portfólio de alta qualidade. Vou ficar torcendo para que isso aconteça.
Um abraço
Bea