Monday, April 14, 2008

Paulo Freire

O texto a seguir foi escrito a partir da leitura do livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire e alguns trechos do DVD sobre Paulo Freire (Coleção Grandes Educadores – Atta Mídia e Educação), apresentado por Moacir Gadotti e Ângela Antunes:
Paulo Freire nos apresenta uma Teoria do Conhecimento, baseada numa antropologia, foi inventada/construída a partir de uma visão de mundo e de uma visão de ser humano.
Paulo Freire elaborou três momentos para trabalhar sua teoria:
1º) Investigação temática:
Descobrir na criança, no jovem ou adulto aquilo que ele já sabe.
2º) Momento de tematização:
Significado destas palavras e temas geradores. Esta tarefa precisa ser interativa entre educador e educando.
3º) Problematização:
Descobrir o significado daquele conhecimento para minha vida e para vida de todos. Conscientização ou Problematização – esta etapa leva ao engajamento ao compromisso. Conforme Gadotti, ao longo de sua vida Paulo Freire utilizou outros termos em suas obras e com a leitura de toda sua obra o Instituto Paulo Freire apresenta desta forma os três momentos descritos por ele:
1º Leitura de Mundo:
Serve para me aproximar do mundo e retirar deste mundo lido os elementos que servem para minha vida e a vida dos outros. Antes de conhecer eu sou curioso, o interesse precede o conhecimento, esse pensamento é orientado pela curiosidade epistemológica descrita por Habermas (interesse precede o conhecimento). Por que o ser humano aprende? Aprende por curiosidade... o ser humano é um ser curioso. Paulo Freire partia das necessidades populares, a partir daí eu construo o conhecimento.
2º Compartilhar o mundo lido:
Não há conhecimento válido se não for compartilhado com o outro. Exige-se o diálogo. A validade do meu conhecimento é dado socialmente, quando compartilho e construo o conhecimento com os outros.
3º Reconstrução do mundo lido:
Se eu leio o mundo, compartilho o mundo lido então agora juntos vamos reconstruir o mundo.
Para Paulo Freire (1998), a essência do neoliberalismo é fazer com que a gente deixe de sonhar. Freire tinha um compromisso com a ética e uma utopia por um mundo possível. Tinha uma crença de que é possível mudar o mundo.
“Educadores e educandos não podemos, na verdade, escapar à rigorosidade ética” (1998,p.16).
A escola, segundo Freire, ensina para e com a cidadania. Acredita no cidadão pleno e na Escola autônoma.
Nesta palestra Gadotti explica que sempre procurou a melhor definição para Educação, anotou inúmeras durante sua docência, “e a melhor definição é do Paulo”:
“Educar-se é impregnar (encharcar) de sentido cada ato cotidiano”.
Nesta concepção como Freire via o conhecimento:
1º) Nós só aprendemos quando aquilo que aprendemos tem significado para nós. O ser humano aprende ao longo de toda vida, somos seres inacabados e por isso aprendemos sempre. Nessa perspectiva não há tempo próprio para aprender; Como é que o ser humano aprende? O ser humano aprende por sucessivas aproximações do objeto. Ele continua sempre como ser aprendente, por que o objeto está sempre revelando coisas novas.
2º) Aprender não é só acumular conhecimentos, pois as informações envelhecem rapidamente;
3º)O importante neste processo é aprender a pensar e pensar sobre a realidade;
4º) É sempre possível aprender, mas é um sujeito que aprende, não é um coletivo que aprende. Nós aprendemos em contato com o outro. A teoria de Freire é a teoria do respeito ao outro. É importante respeitar a identidade do outro. O conhecimento é dialógico (não é só histórico, epistemológico e lógico). A dialética é revolucionária e questionadora. A contradição se dá quando existe diálogo. Sua teoria é a teoria do diálogo e do respeito ao outro.
O aprendiz é um sujeito e tem que ser respeitado na sua própria identidade. É preciso que o sujeito aprendiz tenha uma identidade.
5º) Só aprendemos quando aquilo que aprendemos faz parte da nossa própria vida, pois educar é impregnar de sentido a nossa vida. O educando precisa descobrir o sentido daquele conhecimento para sua vida.
O educador nesta teoria é o profissional que orienta que constrói sentido, um animador e um organizador da aprendizagem. Para Freire (1998) o aluno precisa ter autonomia intelectual e para isso é necessário que consiga andar com as próprias pernas. O aluno como protagonista. Quem constrói o conhecimento é o educando não é o educador. O educador incentiva coordena, ajuda e testemunha sobre a importância do conhecimento. Possuía uma visão emancipadora do conhecimento.
Gadotti encerra sua palestra dizendo que o sistema educacional é arcaico, burocrático e hierarquizado. Não incita as pessoas para o aprendizado. Em sua opinião “a escola deveria ser uma coisa prazerosa”.
Este texto será utilizado na Reunião Pedagógica dos professores da E.E.E.M. Dr. Genésio Pires para complementar os estudos já iniciados neste mês (abril) com relação ao PPP (Projeto Político Pedagógico) proposto no Plano Individual.

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