Sunday, November 01, 2009

Temas Geradores

"Talvez seja este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a escrever a sua vida, como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se"
(FIORI. In: FREIRE, 1991, p. 10).

A utilização de temas geradores[1] na prática pedagógica se faz necessário pelo simples fato de proporcionar ao educador uma inserção no universo cultural do educando. Através de uma pesquisa prévia[2] neste universo são extraídas palavras que permitem iniciar um planejamento voltado aos interesses do educando. Estas palavras chamadas de “geradoras” são responsáveis pela formação de outras que fazem parte deste “universo vocabular do alfabetizando”. Esta “leitura de mundo” permite uma reconstrução onde os educandos re-criam criticamente seu mundo. Neste processo não há um professor, mas um mediador que estabelece uma relação dialógica entre educando e seu universo temático (conteúdo). “Através de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais” (FREIRE, 1991, p.92). O conhecimento é dialógico (não é só histórico, epistemológico e lógico). A dialética é revolucionária e questionadora. A contradição se dá quando existe diálogo. Sua teoria é a teoria do diálogo e do respeito ao outro.
[1] “Estes temas se chamam geradores porque, qualquer que seja a natureza de sua compreensão, como a ação por eles provocada, contêm em si a possibilidade de desdobrar-se em outros tantos temas que, por sua vez, provocam novas tarefas que devem ser cumpridas” (FREIRE, 1991, p. 93).
[2] Esta investigação consiste em conhecer a realidade e como este homem atua sobre esta realidade, é investigar a sua práxis (FREIRE, 1991).
Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 19ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.