Friday, May 30, 2008

Domingos e Feriados...


Os textos sugeridos para leitura na disciplina de ciências naturais abordam questões práticas do nosso cotidiano e tornam-se referencial para o debate de inúmeras questões do ambiente familiar e escolar. “Os domingos precisam de feriados” escrito pelo Rabino Nilton Bonder, é um exemplo de como provocar uma reflexão com relação a nossa existência nesse planeta. Os fatos descritos pelo autor fazem referência a uma humanidade em “crise”... Quais nossos valores? Como estamos vivendo? Atualmente as pessoas evitam reunir-se para conversar, evitam esses momentos de “pausa” e reflexão. Nesta semana, conversando com os pais, alunos e professores durante os Conselhos de Classe Participativos da escola, pude perceber o quanto este texto colabora com nossa percepção de que nossas crianças e jovens precisam de maior atenção por parte de suas famílias. Enquanto reclamamos que nossos alunos e alunas não fazem as tarefas em casa e não têm o hábito da leitura, o que estamos fazendo de concreto para modificar esta estatística? Quantos de nós ao chegar em casa, vai direto para frente do computador ou resolve colocar em dia suas tarefas de casa, sem dar atenção para nossos filhos e marido ou esposa? Quem desliga a TV ao menos três vezes por semana e conversa com seus parentes ou amigos ou dedica este tempo para leitura de um livro, revista ou jornal? É incrível perceber o quanto estas perguntas nos incomodam ou desacomodam. Ao debater com os pais, colegas e alunos presentes percebi o quanto nossas vidas são semelhantes. O que fazemos todos os dias? E no final de semana? Sempre correndo de um lado para o outro, muitos de nós cumpre uma carga horária de 60 horas. Somos visita em casa. A frase: “As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado“. – reflete de forma clara e coerente nossa agitação interna e nosso tumultuado universo social. Nossos jovens moram neste lugar privilegiado pela natureza – Itapuã – e não param para admirar suas belezas. Nós, professores muitas vezes dirigimos até Itapuã e não admiramos a natureza. O nascer do sol, as preás que atravessam a estrada assustadas com seus filhos correndo em fila, os bugios que às vezes se arriscam na beira da estrada, o entardecer e o pôr do sol na beira da praia. Tudo isso é vida! E ficamos muitas vezes mal humorados na escola, falando sobre problemas, resolvendo problemas ou ainda criando mais problemas. Este texto caiu como uma luva na minha consciência. Nesta semana comecei a encarar meus dias de descanso como dias de descanso, sem cobranças, sem preocupações, com o celular desligado e curtindo a minha família.

1 comment:

ROSAURA KARST said...

Rosária.
O teu blog esta muito rico de reflexões das interdisciplinas.
Beijos
Rosaura