Sunday, October 25, 2009

PROJETO MULTIFEIRA



Dando continuidade às reflexões sobre a Interdisciplina de Didática e as ações realizadas na minha escola para propiciar um ambiente profícuo de aprendizagem, trago como exemplo, o Projeto MULTIFEIRA. Este projeto faz parte do nosso Calendário Escolar e possibilita um trabalho conjunto entre as diferentes áreas do conhecimento, professores (as) e alunos (as). O ideal seria que no cotidiano da escola esta prática permeasse todo planejamento. Porém, citando meu exemplo, ainda precisamos avançar para construir este ambiente referido por Dewey: “A escola precisa propiciar um ambiente de aprendizagem para que a criança possa resolver problemas reais de sua vida, através de práticas educativas conjuntas onde ocorram situações de cooperação”. A foto publicada é do projeto das séries iniciais do Ensino Fundamental sobre o lixo e as possibilidades de utilização de materiais recicláveis em brinquedos e objetos de decoração. A idéia surgiu após uma saída de campo da professora da 3ª série e 3º ano que fotografou e coletou inúmeros materiais jogados na rua. A partir desta constatação promoveu momentos de pesquisa e oficinas com as crianças e o resultado foi apresentado na MULTIFEIRA.

Saturday, October 17, 2009

Comparando... o novo e o velho?


É interessante comparar a nossa realidade com o referencial teórico proposto neste semestre pela Interdisciplina DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO. Observa-se que apesar de inúmeras discussões e propostas na educação ao longo destes anos poucas mudanças foram percebidas na prática decente. Esta questão de como ensinar? O que ensinar? Motivar? Avaliar nossos alunos (as) são problemas muito atuais e que precisam ser discutidos no âmbito das escolas públicas, e aqui me refiro a escola pública estadual. Então com a intenção de contribuir com esta discussão faço um recorte das leituras do enfoque temático sobre o movimento da Escola Nova. John Dewey (1859-1952) inspirou no Brasil o movimento da Escola Nova, por defender como principais ingredientes da educação, a atividade prática e a democracia. A escola precisa propiciar um ambiente de aprendizagem para que a criança possa resolver problemas reais de sua vida, através de práticas educativas conjuntas onde ocorram situações de cooperação. “A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas idéias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível” (p. 26).
Algumas idéias de Ovide Decroly (1871-1932) são semelhantes à de John Dewey, quanto à universalização do ensino, trabalhos em grupo com ênfase em assuntos de interesse nos alunos e os métodos ativos. Para Decroly o aluno possui a possibilidade de conduzir seu próprio aprendizado podendo assim “aprender a aprender” (p. 34). A professora Marisa del Cioppo Elias, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo explica que o conceito de centros de interesse descritos por Decroly, nada mais é do que o conceito atual de Interdisciplinaridade. “Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu” (p.35).

Monday, October 12, 2009

ESCOLA É


Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar... (FREIRE, 2003, p.66)


Estamos discutindo o texto de Regina Hara (1992), através do Fórum da Interdisciplina: Educaçâo de Jovens e Adultos no Brasil. A autora propõe uma reflexão com relação a nossa prática docente e os desafios de manter o interesse destes jovens e adultos na escola, sendo estes sujeitos originários da classe popular. São pessoas que não tiveram oportunidade de aprender quando crianças e assim ficaram a margem da sociedade. É complicado falar desta realidade sem estar inserido nela, não sou professora da EJA, mas participo das discussões e reuniões de colegas desta modalidade. Percebe-se assim como na contextualização do texto de Hara (1992) que estes educadores (as) enfrentam muitos desafios e dificuldades para exercer a sua docência. Na nossa escola, temos neste ano uma EJA formada por muitos alunos (as) que foram transferidos do Ensino Regular e que enfrentam problemas de autoestima e autoimagem, consideram-se fracassados, pois em sua maioria possuem um histórico de duas ou três reprovações por série. Então o desafio este ano é MOTIVAR... “Dificuldades em ensinar, em lidar com a motivação, em conseguir ganhos de consciência são permanentes nos depoimentos daqueles que buscaram o trabalho com adultos das camadas populares” (HARA, 1992, p. 1). A evasão existe e nos coloca a prova todos os dias, a cada desistência... Citando o professor Helvécio (01/10/2009): “Motivar nossos educandos implica em primeiro nos motivarmos a nós mesmos. Esta é a nossa primeira conquista. Para tanto, é necessário que estejamos abertos ao novo e ao diferente. (...) O desafio está dado, resta-nos a nós (educadores) enfrentarmos e transformá-lo em elemento de nossa prática pedagógica, que antes de tudo é prática social. A melhor forma de alfabetizar, para mim, é levar em conta aquilo que o educando sabe, ressignificar esse saber, organizá-lo e devolvê-lo organizadamente a ele para que ele de posse da cultura letrada lute pelo espaço político e social ao qual ou aos quais ele (educando/cidadão) tem direito e, muitas vezes ou quase sempre, não sabe porque lhe falta a informação”.

Thursday, October 01, 2009

Lições do Rio Grande

Ontem, dia 30/09, participei de um encontro de diretores da 28ª CRE (Coordenadoria de Educação), neste encontro recebemos os cadernos “Lições do Rio Grande”, que possuem a proposta de Referencial Curricular para as escolas estaduais. Este material será entregue para todos os professores dos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, reúne as habilidades e competências cognitivas e os conteúdos mínimos que devem ser desenvolvidos em cada série. Os Referenciais Curriculares, separados em cinco volumes de acordo com quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, devem ser utilizados para auxiliar as equipes pedagógicas das instituições na organização dos currículos escolares e na elaboração dos planos de estudos para o próximo ano. Além dos cadernos de referência, os professores também contarão com cadernos de atividades para todos os alunos contendo estratégias de intervenção pedagógica que favoreçam a construção da aprendizagem. A proposta é interessante e parte do principio de que precisamos partir das experiências dos alunos (as) e proporcionar um ambiente de desafio e mudança. Durante a reunião colegas questionaram sobre a distribuição deste material para EJA, a resposta foi que pode ser aplicado, mas é preciso analisar a distribuição dos cadernos aos estudantes. Apesar da nossa saturação quanto às propostas do governo este material apresenta muitas das nossas antigas reivindicações. E, portanto precisamos analisá-lo...