Wednesday, November 21, 2007

Contação de Histórias

Literatura infanto-juvenil

Nossa atividade de segunda-feira (19/11) no Pólo de alvorada foi excelente. Adorei participar da "Contação de histórias" com meu grupo: Aline, Carla (representada pela Selva), Glauber, Inês Cristina, Neusa e Eu. Adorei nosso trabalho, estou apaixonada pela "contação de histórias". Pretendo elaborar e incentivar meus colegas para “hora do conto” aqui na escola. Quem sabe mudamos algumas práticas.
Como já relatei na atividade do Bloco 5, estou atualmente exercendo minhas atividades no Setor, mesmo assim auxilio minhas colegas com suas atividades em sala de aula. A seguir, apresento algumas situações vividas neste semestre que contribuíram para ampliar nossos conhecimentos, motivar nossas crianças e que deram suporte para construção do meu Inventário Criativo da disciplina de Teatro. No dia 9 de outubro, os professores e professoras das séries iniciais do Ensino Fundamental das escolas estaduais foram convidados pela 28ª CRE (Coordenadoria de Educação) para participar do curso de Formação “Nas trilhas da Alfabetização: a literatura entra em cena”, promovido pela Coordenadoria e a Fundação Bradesco. Após as boas vindas às professoras do 2º ano da Fundação Bradesco apresentaram a Hora do conto: “Dona Baratinha” de Ana Maria Machado. Foi muito interessante as professoras estavam caracterizadas e participaram do teatro. Durante a apresentação nosso grupo decidiu fazer a nossa peça de teatro para a Gincana da nossa escola. Nós escolhemos o Livro do GEEMPA para alfabetização: "Choco encontra uma mamãe[1]" de Keiko Kasza.
Além da hora do conto achei muito interessante a palestra com a Professora Mara Jardim... Poesia e contos: pontos e contrapontos. Nesta palestra a professora afirma com entusiasmo que a criança é um ser poético. A poesia nasce e se desenvolve com a criança. A educação poética da criança inicia-se no útero. As cantigas de ninar acalmam o nenê por que possuem o ritmo das batidas do coração que ele estava acostumado dentro do útero materno.
Na nossa escola a hora do conto é realizada por uma mãe voluntária que trabalha na Biblioteca à tarde. Neste ano nenhuma professora pode assumir a Biblioteca na Rede Estadual, a prioridade era suprir as carências da Sala de aula, somente algumas escolas possuem este setor funcionando. É uma lástima, pois apesar das mães voluntárias o uso da Biblioteca está precário e poucos professores estão utilizando este espaço.
A professora do Pré e 1º ano tem em sua rotina outros momentos de leitura na sala de aula, pois trabalha manhã e tarde no mesmo ambiente e pode transformá-lo em um lugar acolhedor e organizado, com uma estante de livros infantis. Foi nesta sala que encontrei o livro da Cinderela, pois na Biblioteca da escola não havia nenhum exemplar.
Mesmo não estando na sala de aula, acredito que essas leituras e discussões que já ocorreram em nossa turma do PEAD e aqui na escola revelaram um mundo de idéias e expectativas para o futuro. A leitura deste texto, por exemplo, faz crescer dentro do meu ser mil idéias de como auxiliar minhas colegas na sala de aula. Para começar já marcamos uma reunião do currículo sobre estas questões relativas aos contos de fadas.

Referências

MACHADO, Ana Maria. Encantos para sempre.

[1] Este livro é utilizado pelas turmas de 1º ano do ensino Fundamental de 9 anos, o método utilizado é do GEEMPA (Grupo de estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação). Nossa intenção é motivar as crianças para leitura dos livros infantis. Através da dramatização tornamos os personagens da história reais e próximos estimulando o trabalho com o livro de atividades.

Wednesday, November 14, 2007

RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

Projeto Eleições Cidadãs
É um projeto colaborativo com amigos virtuais de Cataguases MG, Belo Horizonte MG e Joinville SC. Os alunos realizaram uma pesquisa na escola e em casa com relação às eleições. Assistiram aos horários políticos e fizeram anotações, comparações e entrevistas com pessoas da família. Na sala de aula foram promovidos debates, pesquisas em livros, revistas e internet. Depois destas pesquisas publicaram comentários acerca dos diversos assuntos relacionados com a eleição e publicaram no blog. A seguir os alunos tiveram oportunidade de publicar comentários acerca das publicações dos colegas de intercâmbio e das escolas que participam do projeto.
Este projeto foi organizado e implementado pelas Professoras de Informática Pedagógica:
Andréa Toledo: Instituto Francisca de Souza Peixoto – Cataguases, MGRogéria Garonce: Colégio Santo Antônio - Belo Horizonte, MGGládis Leal dos Santos : CAIC Prof. Mariano Costa – Joinville, SCO projeto Eleições Cidadãs está sendo desenvolvido com as crianças que estudam no Instituto Francisca de Sousa Peixoto em Cataguases, MG, no Caic Mariano Costa em Joinville, SC e colégio Santo Antônio em Belo Horizonte, MG. O projeto acontece em sua maioria em ambiente virtual através de escrita colaborativa no Blog.
Relevância da Experiência
Conforme as autoras o conceito de cidadania só tem sentido como testemunho e prática de conhecimentos que levam à ação. Os alunos precisam participar de discussões políticas e de conhecer e compreender seus direitos desde crianças. Nossa obrigação enquanto educadores é formarmos cidadãos conscientes do seu papel na sociedade e comprometidos com a transformação de nosso país. Precisamos aprender a escolher nossos governantes, a sermos críticos e respeitarmos as opiniões. Através da construção do blog colaborativo os alunos puderam vivenciar: “noções de cidadania e respeito à opinião do outro e a consciência de seu papel na sociedade”.
Evidências e Argumentos
Através da justificativa, objetivos e metodologia descritas neste projeto aliadas as contribuições e postagens dos alunos percebe-se que as professoras obtiveram grande êxito com seu trabalho colaborativo. É muito importante atualmente despertar a consciência cidadã de nossos alunos e alunas e proporcionar oportunidades como esta, para que eles possam pensar, questionar, criticar e contribuir com seu conhecimento para construção de um país melhor de se viver. O incentivo a leitura, a pesquisa em livros revistas e internet, bem como a formação de uma rede de conhecimento entre as escolas destas duas cidades foi de fundamental importância para o sucesso do projeto.
Envolver a família na construção deste conhecimento permite o crescimento de todos os envolvidos no processo. A escola funciona como um grande polvo mobilizando seus tentáculos e disseminando seu conhecimento pela comunidade. Cumprindo desta forma seu papel social de formadora de opiniões e de sujeitos críticos e conscientes de suas potencialidades, conhecedores de seus direitos e responsabilidades.
Quanto a implementação do Projeto, conforme o questionamento da Daiane, relato que na escola onde trabalho temos o Projeto de Educação Ambiental que envolve todos os alunos e comunidade. Com o projeto elaboramos um Desenho curricular com a discilplina de Gestão Ambiental que corresponde a 2 períodos semanais, nos quais os alunos de 5ª a 8ª série realizam atividades para preservação do meio ambiente. O processo de envolvimento de todos os segmentos da escola foram muito semelhantes. Mas para o ano de 2008 vou propor aos colegas de Estudos Sociais um Projeto voltado para as eleições.

Monday, November 12, 2007

Visita a 6ª BIENAL DO MERCOSUL

Neste Sábado, 10 de novembro, os alunos e alunas do PEAD, acompanhados pelas tutoras Rosaura, Vanessa e Adriana e pelo professor Bento da disciplina de Artes Visuais, visitaram a 6ª BIENAL DO MERCOSUL. O primeiro Roteiro foi no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul) onde conhecemos a Mostra Monográfica de Francisco Matto (Montevidéu - Uruguai, 1911 - 1995). Produzidas entre 1939 e 1995, as 94 pinturas sobre tela e madeira e esculturas em madeira são marcadas pelo interesse nas culturas pré-colombianas. Unindo arte antiga e as linguagens contemporâneas, o artista traça um caminho original a partir dos ensinamentos do Universalismo Construtivo, desenvolvidos pelo também uruguaio Joaquin Torres-García.
Öyvind Fahlström (1928 – 1976): A exposição Mapas vai trazer 19 gravuras do artista plástico, poeta, jornalista, dramaturgo, crítico, cineasta e ativista que foi referencial no cenário artístico mundial dos anos 60. A participação na Bienal será a primeira apresentação no Brasil do trabalho deste que foi o único brasileiro homenageado com exposições monográficas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), no Centre Georges Pompidou, Paris, e na Moderna Museet de Estocolmo. Fahlström nasceu em São Paulo, Brasil, em 28 de dezembro de 1928. Passou sua infância em São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro e foi educado em português e inglês na Escola Britânica de São Paulo. Aos dez anos de idade foi passar o verão na Suécia, mas, um mês após sua chegada em Estocolmo, a Alemanha invadiu a Polônia. Impedido de viajar devido à eclosão da 2ª Guerra Mundial permaneceu na cidade, tendo cursado história da arte na Universidade de Estocolmo. Mesmo tendo nascido em nosso país preferiu viver fora para que um número cada vez maior de pessoas conhecesse sua obra. Preocupado com as questões políticas preferiu defender suas idéias através da reprodução de suas obras. Para aproximar as pessoas e divulgar seus trabalhos fez montagens com quebra-cabeça e peças de lego. Assim o público poderia interagir com sua obra. Atualmente suas obras não podem ser fotografadas e reproduzidas, sendo esta uma exigência de sua viúva.
No Roteiro 1, visitamos a Mostra Monográfica de Jorge Macchi, no Santander Cultural. Nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1963, sua obra nos apresenta inúmeros questionamentos sobre a finitude do ser e as possibilidades do efêmero. A cidade, o cotidiano, a violência e o destino são temas das criações do artista que trabalha em diversas mídias, incluindo instalações, pinturas, vídeos e fotografias. É uma obra simples que apresenta imagens e sons, que representam nossas angústias e preocupações cotidianas. A impressão que ficou de sua obra é de uma intensa energia – ao contrário das palavras que são evidenciadas em algumas montagens - como, por exemplo, sangue e morte. Percebe-se um grande pulsar de vida, sua obra é permeada de sentimentos e realismo, considero que sua temática e linguagem é a que mais se aproxima das manifestações dos jovens de nossas escolas. O charme de seu trabalho reside na re-contextualização de elementos cotidianos em pequena escala, mas com grande intensidade. Ele permeia sua produção por uma abordagem sutil de questões políticas e de como as informações veiculadas pelos jornais servem para construção de novos significados e narrativas.
Durante toda visita observei que os três artistas, cada um com sua leitura de vida, estavam preocupados com questões, históricas, políticas, econômicas sociais e ambientais. Nas montagens de FAHLSTRÖM é possível observar palavras e imagens relativas à água, desmatamento e poluição. MACCHI nos apresenta uma obra muito interessante realizada diretamente sobre a parede, que será destruída após o encerramento da BIENAL, onde o artista utiliza barro retirado da Praça da Alfândega.

Monday, November 05, 2007

Iberê Camargo



"Minha gravura e minha pintura sempre caminharam de forma paralela. Nem podia ser desligada. Porque eu sempre pinto o agora. Mas como não sou um saco vazio, esse agora tem muita coisa dentro, que vem à tona, que participa do hoje. Quando eu pinto o agora, estou pintando o ontem e já abrindo espaço para o futuro. É por isso que eu digo que ninguém pode caminhar sem colocar um passo na frente e outro atrás. Esse negócio de caminhar pulando não dá. Por isso que esse desejo de ruptura com as coisas é como querer tirar uma perna. Vai caminhar pulando como um sapo?"

Iberê Camargo - 6 de março de 1994

Artista de rigor e sensibilidade únicos, Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte do século XX. Autor de uma obra extensa, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nasceu em Restinga Seca, no interior do Rio Grande do Sul, em novembro de 1914, tendo passado grande parte de sua vida no Rio de Janeiro. Desde a juventude, mostrou-se atraído por personalidades independentes, como Guignard e Goeldi. Na Europa, estudou com mestres como Giorgio de Chirico, Carlos Alberto Petrucci, Antônio Achille e André LotheAo longo de sua vida, Iberê Camargo sempre exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual. Teve sua obra reverenciada em exposições de renome internacional, como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza, a Bienal de Tóquio e a Bienal de Madri, e integrou inúmeras mostras no Brasil e em países como França, Inglaterra, Estados Unidos, Escócia, Espanha e Itália. O pintor morreu aos 79 anos, em Porto Alegre, em agosto de 1994, deixando um acervo de mais de sete mil obras. Grande parte delas foi deixada a sua esposa, Sra. Maria Coussirat Camargo, e integra hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.
Enquanto escrevia sobre minha próxima postagem lembrei-me de meu primeiro contato com a arte. É estranho pensar que só como professora fui conhecer uma exposição. Ela foi agendada por acaso para mostrar aos alunos o trabalho de Iberê Camargo. As visitas eram no museu criado dentro de sua própria casa com o acervo de sua esposa. Hoje a fundação está sendo construída as margens do Guaíba e será linda. Mas o que mais chamou nossa atenção foi o carinho da responsável pelo lugar que contava com detalhes a vida deste artista. Parecia que a cada visita conhecíamos mais seus segredos. Os auto-retratos são fantásticos e expressam claramente os sentimentos vividos por Iberê. Estou ansiosa para visitar a Bienal, pois quando fui com minha família visitamos apenas a parte do cais. Nossa cidade está em festa, pois além da Bienal temos a acolhedora FEIRA DO LIVRO. Até a próxima!